terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Não entendo mais nada

Estranho de fato está nova geração que se forma. Observo-os dia e noite vidrados em telinhas que não me meto a curioso de saber o que é apesar de ter alguma forma já as respostas.

Outro dia observei uma cena bizarra para minha compreensão, três garotas que deveriam ter aproximadamente 15 anos, as três amigas, as três uma ao lado da outra, as três com celular na mão, acredito que vendo e mandando mensagem. Não muito diferente vi uma garota em seus 19 anos jogando truco, mas ao invés de olhar a parceira, estava mais preocupada se sua rede social voltava ao ar.

                Também me consta a lembrança de uma afirmação estúpida de um colega meu (é você Luiz), de que não achava que perdeu nada por ter vivido viciado em vídeo-game e internet.

                É interessante constatar que o contato humano tornou-se desnecessário, ou até necessário se este for favorável unicamente ao prazer.

                Apesar de este assunto ser mais do que velho, mostro-me curioso, pois está ação foi nada mais do que uma bela aliança da expansão econômica do mercado e estado(pronto tornei assunto antigo em chato, mas releve que é somente para um leve reflexão).

                É rápido, simples e indolor. A cidade expande para abrir espaço para as empresas, as empresas criam necessidades que não existem para sua vida (malditos celulares, deixo 24h ligada essa porcaria), as pessoas não têm mais espaço para viver como viviam antes, então se sentem atraídas as compras.

                Eu inclusive fico inconformado com algumas mães com as frases “é melhor do que ele ficar na rua o dia inteiro.” Às vezes me dá vontade de falar: “é melhor que o estado dê, a ele, educação do que você mesmo, inútil”.

                Mas me preocupo muito, já estamos vivendo uma geração abobalhada, que mal sabe viver longe do pai e da mãe, ao mesmo tempo em que não dá à mínima para o conhecimento dos antigos (que se avaliar bem, se foram eles que criaram essas criaturas, não foram o suficientemente competentes mesmo).

                O que realmente deixa confuso é onde está o erro da situação, a mídia, o estado, os pais. Chegar uma decisão para colocar um culpado nessa geração que não acredita em moral e não tem respeito por nada é mais complicado do que parece.

                Lembro de uma discussão com uma doida varrida que falava que o estado é quem deveria cuidar da educação, nisso me lembrei do célebre livro Admirável Mundo Novo. Uma sociedade controlada pelo estado, a sociedade perfeito seria uma onde as pessoas se conformassem com a sua situação social, não lessem, não curtissem a natureza, seriam classificadas e aproveitariam o que lhes fossem dados.

                O que me chama atenção é uma frase no final do livro “Ainda bem que existem tantas ilhas”.

                Ilhas onde pudéssemos viver fora do sistema perfeito, porque a alma do homem ainda quer mais do que a perfeição, quer ser livre para falar e pensar o que quiser.
               
                Piegas não? Mas vejamos Cuba.

                Quem vai a Cuba geralmente relata sua boa qualidade de vida (apesar do sucateamento imposto pelos americanos), medicina, estudos e esportes são vistos com bons olhos ao redor deste globo. Enquanto isso, diversos cubanos tentam fugir de seu país. Eles querem gritar, falar o que pensam.

                Enquanto na democracia o grito se calou pela ignorância.
               
(afe, estou fora de forma. Leitura crianças se não vão ficar escrevendo bobagens pela internet)

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