Adeus ao novo, bem-vindo ao velho.

Talvez você caro leitor, que tenha alguma idade para saber que Papai Noel é apenas uma figura patenteada pela Coca-Cola que enaltece o mercado nessa época do ano, deixando os verdadeiros valores do natal de lado, já tenha sentido um certo saudosismo dos antigos tempos, da sua infância, ou até da sua adolescência. E não me refiro necessariamente ao tempo em que você acreditava em Papai Noel.

Hoje em dia existe uma real crença, na qual o velho está sendo ultrapassado pelo novo, mas muitos não enxergam que o novo não dá a metade da conta do que o velho fazia.

Gostaria de situar meus leitores. Sou um jovem nascido na década de 90 e tive o desprazer de ver a passagem do vinil (sim, eu tinha um em casa, era legal) para a fita e da fita para o CD, não só essas como várias evoluções que cada vez mais provocaram um distanciamento das pessoas e em alguns casos uma piora na imagem dos produtos.

Começarei pelos programas educativos, á pouco tempo a TV Cultura passou um pouco de seu acervo mostrando programas musicais e até a versão antiga de Vila Sésamo. Enquanto eu assistia ficava cada vez mais complexado; como nos tratam como retardados mentais nos atuais dias e o pior é que fazemos jus ao que nos dão. Os grandes e importantes questionamentos políticos e sociais foram substituídos por perguntas sobre a vida privada de um artista ou de um ex-BBB.

Ao comparar o estilo humorístico também percebemos a queda da qualidade tendo, por exemplo, o próprio Renato Aragão. Eu acabo assistindo apenas o final do programa, conhecido quadro “Armações e Mancadas”, no qual o Renato pode ser ele mesmo, o humorista que ficou conhecido como o líder dos trapalhões. Nego-me a comentar sobre Zorra Total e Malhação.

Não é descartar as facilidades e oportunidades nas quais as novas tecnologias oferecem, mas é impor um limite, em muitos lugares o “retro” está na moda, tanto na moda, quanto nas tecnologias. Fora do Brasil voltou à fabricação de vinil e as antigas vitrolas, e muitos artistas procuram a fabricação do vinil, pela melhor qualidade do som.

Nem tudo o que é novo é ruim, mas nem tudo o que é velho é ruim. Não se pode aceitar a volta da caça as bruxas da Idade Medieval, mesmo porque o “rebolation” lembra tanto as torturas medievais.

"Panela velha é que faz comida boa."

Ditado Popular